Cidade de muitas praças e jardins, o Porto tem nestas a possibilidade de atrair, principalmente nos meses de primavera e verão, os seus cidadãos e visitantes, criando novas centralidades na cidade. Com o surgimento de pequenos quiosques de venda de bebidas e comidas (como já se faz na Praça do Marquês, com a reabilitação da antiga Biblioteca infantil) ou até de locais de venda de jornais e revistas, a cidade ganhará em termos de animação e segurança.
Exemplos lá fora
Em várias cidades europeias os cidadãos e visitantes “habitam” as praças da cidade. Veja-se o exemplo de Lisboa, onde em espaços abertos como a Avenida da Liberdade, o Jardim Constantino ou outras tantas praças típicas se abriu à população uma grande quantidade de quiosques que atraíram as pessoas (vide: http://www.cm-lisboa.pt/visitar/comer-beber/quiosques-esplanadas). Lugares antes de passagem são agora também lugares para se estar, para o convívio entre amigos e sentir a cidade. As reduzidas taxas de ocupação do espaço público chamaram investidores para estes quiosques.
O panorama do Porto
Tirando certos eventos nos fins-de-semana (a feira de antiguidades aos terceiros sábados de cada mês na Praça “Velasquez” – Francisco Sá Carneiro-, por exemplo), as praças e jardins do Porto, geralmente, pouco ou nada mais oferecem do que bancos para os transeuntes descansarem. Poucas são, inclusive (e o jardim da Cordoaria foi um dos últimos a colocá-lo), as que dispõem de equipamentos para os mais pequenos brincarem.
Dois dos exemplos mais flagrantes de espaços na Invicta que se encontram sem quase nada para oferecer aos transeuntes são a Praça da República e o Jardim da Rotunda da Boavista. Locais em que, devido por vezes às dificuldades de atravessamento, outras pela solidão que se encontra no meio, são evitadas pelos transeuntes até como atravessamento. Perto de habitações, escolas e locais de trabalho, estes espaços com uma melhor conservação e quiosques para os cidadãos poder-se-iam tornar pólos de atracão e criar centralidade.
O que é proposto
A dinamização dos jardins do Porto com a introdução de quiosques e esplanadas, mais eventos abertos à cidade e até parques infantis será um fator importante de dinamização e sociabilidade para o Porto. Com isto os locais e os visitantes ganham novos pontos de encontro, enchendo as praças, hoje apenas lugares de passagem, dando-lhes vida. Além de tal ideia trazer uma imagem mais positiva à cidade, também os ganhos em termos de segurança e incremento da qualidade de vida da população serão consideráveis.
Imaginemos, como mero exercício, alguns quiosques e esplanadas na Praça da República. Hoje um local central do Porto quase esquecido, em que os transeuntes não sentem vontade de passar, com a colocação dos “chamarizes” que se propõem poder-se-ia transformar num aprazível local de encontro para todas as idades. Desde os mais velhos que aqui poderiam conviver com mais qualidade, até aos mais jovens e famílias que poderiam aqui passar parte do dia em lazer. Não descurando o valor histórico que espaços como a Praça da República têm (e até mesmo a sua concepção como jardim), acreditamos que ao ser chamado algum comércio para o centro do jardim (sendo este atraído com baixas taxas de ocupação) e uma melhor reabilitação deste pelos serviços municipais, o Porto e os Portuenses ficariam a ganhar.
Ideia e custos associados
Com o projecto de reabilitação das praças e jardins do Porto, podia ser lançado um concurso de ideias para essa finalidade, atribuindo aos vencedores a possibilidade de explorarem esses locais. Com uma redução significativa – ou até mesmo isenção – de taxas municipais, seria possível atrair investidores que, em troca de um local privilegiado para o seu comércio, teriam que manter o espaço que ocupam limpo e atractivo.
Nota: ao longo do texto, por opção, foram mencionados vários locais não pela sua toponímia oficial mas pelo nome com que são mais conhecidos, de modo a facilitar ao leitor uma maior localização dos espaços mencionados.
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