O Porto é palco de diversas manifestações culturais que tornam a cidade única. Com uma crescente procura da Invicta por variados turistas, torna-se imperativa a aposta na cultura portuense e dos portuenses. Surge a necessidade de fomentar a criação e manifestação artística portuguesa, em tempos em que a cultura não é acessível de igual modo para todos, quer pela escassez de apoios concedidos a artistas, quer pelo custo inerente à participação nas ofertas culturais. Assim, esta problemática poderia ser atenuada pela criação de um Passaporte Cultural que concedesse descontos na compra de “passagens” para as manifestações culturais portuguesas e que possibilitasse a acumulação de vantagens a quem visitasse as diversas instituições aderentes.
Com o contexto económico atual, o investimento na cultura tem vindo a diminuir, estando as ofertas culturais não municipais associadas à rentabilidade. A cultura surge, então, com a preocupação com a margem de lucro, sendo privilegiados artistas de renome internacional e estrangeiros. Esquece-se os novos talentos e os artistas portugueses, principalmente os portuenses menos conhecidos. Esta realidade é não só menos afortunada para os turistas que nos visitam e se deparam com os mesmos artistas que nos seus países, não ficando a conhecer a cultura portuense, mas também para os próprios portuenses cujo mérito não lhes é reconhecido.
Desta forma, é de extrema relevância dar a conhecer aos nossos turistas a cultura e artistas portuenses, sem esquecer de aliviar o custo da participação na atividade cultural aos nossos habitantes. A instituição de um Passaporte Cultural, estruturalmente idêntico a um passaporte regular, possível de ser levantado em postos de adesão, compra de bilhetes e instituições públicas permitiria uma abordagem didática, económica e simples à fomentação da cultura portuense. Diversas instituições, públicas e privadas, ao aderirem ao Passaporte Cultural teriam que o carimbar, tal como no procedimento regular de um passaporte, aquando da participação de alguém num espetáculo, concerto, exposição, entre outras, para contabilizar as participações nos mesmos. Para ser benéfico para os participantes, ao fim de um certo número de carimbos seria oferecida uma entrada grátis ou um desconto significativo numa atividade cultural portuense.
É de salientar ainda a possibilidade de estes passes culturais serem distribuídos também em zonas de grande fluxo turístico, como aeroportos. O uso deste Passaporte por turistas permitir-lhes-ia conhecer mais obras portuenses, aumentando as visitas em instituições culturais do Porto. Porém, como a participação de um turista em atividades culturais durante a sua visita não se compara à adesão a longo prazo de um habitante do grande Porto, poderia ser criado um Passaporte para os turistas, dando-lhes a possibilidade de usufruir do “prémio”, ou seja, da atividade cultural oferecida pela instituição parceira dentro do seu tempo de estadia.
O investimento associado à implementação do Passaporte Cultural seria reduzido e a sua incorporação no quotidiano de turistas e portuenses permitiria enriquecer a sua experiência cultural, tendo retorno para as instituições aderentes.
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