O Porto é segunda maior cidade de Portugal no que se refere a tráfego de peões. Este nível elevado de pessoas a circular nas ruas tem vindo a aumentar em grande parte, devido ao crescente dinamismo da cidade e devido à significativa melhoria na rede dos transportes coletivos (Introdução do metro 2006 e a melhoria da rede dos STCP).
No entanto, a cidade continua a apresentar números alarmantes no que diz respeito a atropelamentos. De acordo com os dados da ANSR (Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária) registou-se, no ano de 2013 a ocorrência de 928 atropelamentos, dos quais resultaram 1118 feridos ligeiros, 9 feridos graves e 5 mortes.
A principal causa apontada para este elevado número de atropelamentos é o excesso de velocidade, sendo responsável por 84% dos casos registados. Em segundo lugar estão as manobras consideradas perigosas, sendo que por último se encontra o desrespeito dos sinais verticais.
Os locais onde ocorreram os casos mais graves de atropelamento foram: a EN 12 ao km 5100, km 8300, km 10000 e km 13800 (dois mortos e dois feridos graves); A3 ao km 0.425 (um morto); A estrada da Circunvalação 9119 (um ferido grave); a Praça de República (um ferido grave); a Rua da Constituição (um ferido grave); a Rua do Ouro 202 (dois feridos graves); a Rua Morgado Mateus 9 (um morto);a Rua Sacadura Cabral 9 (um ferido grave); A Rua Senhora Luz (um morto).
Estão a ser instaladas, pela Câmara Municipal do Porto, passadeiras com luzes LED por toda a cidade. O objetivo desta medida, já a funcionar em 13 locais da cidade, é reduzir o número de atropelamentos que ocorrem na cidade.
Em comunicado, a autarquia informa que a medida “representou um investimento de 35 mil euros e o seu impacto está a ser monitorizado, com vista à sua eventual expansão”.
Para já, estão já instaladas passadeiras com LED nas seguintes artérias: Rua Álvares Cabral, Avenida Fernão de Magalhães, Rua Carlos Malheiro Dias, Rua Manuel Pereira da Silva, Rua Dr. Roberto Frias, Avenida da Boavista, Rua Augusto Lessa, Via do Castelo do Queijo, Rua do Campo Alegre e Rua da Arrábida. Segundo a Câmara Municipal, foi dada especial prioridade à Avenida Fernão de Magalhães “uma vez que apresentava números de atropelamentos particularmente preocupantes”.
Apesar do esforço louvavel que está a ser efectuado pela Câmara Municipal, julgamos que esta medida não terá o impacto necessário e pretendido na redução dos atropelamentos na cidade. A nossa opinião baseia-se no facto do efeito dos led ser praticamente anulado pela luz natural do dia (período onde se regista um maior tráfego pedestre nas zonas de maior incidência dos atropelamentos). Desta forma, julgamos ser de extrema relevância a implementação de medidas complementares que possam aumentar a eficiência na prevenção dos atropelamentos. Após a elaboração de um estudo, foi possível verificar que existem outras medidas complementares com níveis de eficiência mais elevados no que diz respeito à prevenção deste tipo de acidentes, nomeadamente quanto à questão do excesso de velocidade.
Uma das medidas que se apresentam, geralmente, como eficazes na prevenção dos atropeplamentos nas cidades, é a implementação de lombas, tal como se pode verificar na imagem abaixo ilustrada.
As lombas, apesar de serem consideradas desagradáveis pelos automobilistas, são eficientes, porque têm a capacidade de conseguir reduzir a velocidade a que os automóveis circulam na estrada, reduzindo, consequentemente, os acidentes e os danos resultantes dos mesmos.
O custo de implementação desta medida é relativamente reduzido, para além de que é uma medida facilmente aplicável. Assim sendo, e tendo em consideração a relação custo-benefício, esta medida parece-nos ser indicada e viável para a prevenção dos atropelamentos na cidade do Porto.
Outro mecanismo que também tem uma taxa de sucesso elevado são o semáforo com controlo de velocidade por micro-ondas. Este equipamento deteta a velocidade a que os veículos circulam e aciona o sinal vermelho se estes excederem o limite de velocidade programado. São muito utilizados para proteger atravessamentos pedonais ou informar os condutores da sua velocidade instantânea, assegurando uma velocidade de circulação compatível com a localização e características da via onde. Este tipo de equipamento já existe em funcionamento na cidade do Porto no entanto não existem em muitos dos locais de maior incidência dos atropelamentos.
No Comment