A Feira do Livro do Porto em 2014 decorreu pela primeira vez com a organização da Câmara, após um diferendo com a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), que durante mais de 80 anos a tinha organizado, centrado nos custos que a Câmara suportava ano após ano com a iniciativa.
A CMP mudou então o evento das plataformas centrais da Av. dos Aliados para os Jardins do Palácio de Cristal no início de Setembro, marcando a rentrée cultural dos Portuenses no pós-férias.
Embora consideremos o cenário belíssimo, reparámos num problema de organização: fez-se sentir chuva durante o evento e a localização dos pavilhões era em terra batida (a Oeste do Pavilhão Rosa Mota), mais o caminhar de milhares de pessoas, o piso rapidamente ficou enlameado. Deixou de ser natural caminhar pelos espaços da Feira com as pessoas a procurarem utilizar os degraus metálicos de cada um dos expositores.
Porque o Jardim da Corujeira?
O Porto há décadas que esta de costas voltadas para a Freguesia de Campanhã, é a zona da cidade vista com estigma pelo resto dos Portuenses e aquela que precisa de forma mais premente de reconversão urbana e de investimento.
O actual Presidente da Câmara do Porto já referiu publicamente que espera incidir mais esforços em 2015 na Freguesia através de um mix de benefícios fiscais, diplomacia económica, e investimento público, que a realizar-se vemos com bons olhos, obviamente.
Mas muitas vezes o investimento público tem de surgir primeiro que o privado na reabilitação urbana, pelo menos assim o devíamos exigir, o dinheiro de todos deve ser primeiro utilizado nos locais mais desfavorecidos (em traços gerais) ainda para mais quando os organismos públicos são dos principais responsáveis pelo estado de sub-desenvolvimento a que a Freguesia chegou.
Um dos vectores desse investimento público, que se quer transformador, seria a colocação da Feira do Livro no Jardim da Corujeira, que é ao mesmo tempo um dos Jardins mais bem apetrechados de equipamento: corredores em cimento, perfeitos faça chuva ou sol; transportes públicos (STCP); pouco trânsito e parque de estacionamento suficiente nas redondezas.
É uma aposta na reconversão e na vontade de reabilitar a Freguesia como um novo pólo de atracção urbana.
Ao mesmo tempo conseguindo devolver o orgulho aos Campanhenses, de viverem numa Freguesia que não seja considerada de segunda.
Dificuldades?
Não negamos, será um entrave convencer os livreiros a moverem-se até Campanhã, como todas as primeiras mudanças para um território em transformação. Caso o evento fosse privado não o sugeríamos, mas como agora é organizado pela Câmara do Porto tendo de existir um investimento que seja feito numa zona desaproveitada.
O argumento de não estar numa localização central é forte. Consideramos que isso pode ser ultrapassado com uma forte promoção do evento por parte da Câmara, que terá de investir mais dinheiro do que no seria normal nesta rubrica, mas vemos isso como um investimento no desenvolvimento e promoção de Campanhã.
O Jardim não sendo conhecido por muitas pessoas da região que pode ser positivo para a vontade de descoberta.
[…] uns meses publicámos uma ideia que personifica este pensamento: organizar a Feira do Livro do Porto em Campanhã, no Jardim da […]
[…] uns meses publicámos uma ideia que personifica este pensamento: organizar a Feira do Livro do Porto em Campanhã, no Jardim da […]