Nos últimos anos cada vez mais cidades pelo Mundo têm implementado a criação de Orçamentos Participativos. Esta medida consiste na reserva de uma verba específica do Orçamento Municipal anual, que é utilizada para a execução de propostas que partem dos munícipes.
Individualmente ou em movimentos, os cidadãos tentam fazer ver aos restantes habitantes a premência das suas propostas. Findo um período de candidaturas e sensibilização, é realizado um processo eleitoral para eleger as iniciativas que entram em fase de execução.
Na área Metropolitana do Porto só o concelho da Trofa, que organiza um Orçamento Participativo Jovem (com a dotação de 25.000 €) e a Freguesia de Leça da Palmeira (que afecta 14.000 €) é que efectuam este processo. De resto é possível notar uma maior preponderância desta ferramenta de participação local nos concelhos no Sul do país.
Benefícios:
- A criação de um orçamento participativo permite uma maior aproximação das autarquias aos interesses dos cidadãos.
- É uma nova ferramenta de democracia local, que insere uma dinâmica de participação activa na sociedade, muito importante para a saúde das instituições públicas.
- Alberga uma grande variedade de ideias, algumas bastante inovadoras, que alargam os limites do que normalmente seria colocado em prática.
Desafios:
Algumas cidades que já fazem Orçamentos Participativos há alguns anos, enfrentam o problema de que passado 2/3 edições o interesse e a participação diminuem consideravelmente. Como tudo o que é participação pública e social, exige tempo e esforço dos proponentes.
Esta dinâmica pode ser combatida através de uma aposta no Marketing e Comunicação do processo, principalmente através dos meios de comunicação social que podem dar relevância aos protagonistas e resultados da votação.
Ao mesmo tempo o alargamento da idade de votação para os 16 anos, e a sensibilização nas Escolas e Pólos de Ensino Superior de cada Município podem contribuir para uma maior e continuada participação.
O que já se faz cá dentro?
Um dos casos mais conhecidos é o de Cascais, onde a Câmara Municipal adjudica todos os anos uma verba para financiar vários projectos que são escolhidos através do processo democrático que estabeleceu. Nas edições de 2011, 2012 e 2013 já foram investidos 6,1 Milhões de Euros. A edição de 2014 está em curso tendo já sido filtradas pela comissão técnica os projectos que poderão ir a votação, que decorrerá de 12 de Outubro a 16 de Novembro e é efectuada através de SMS.
Lisboa, Guimarães, Ovar, entre outras cidades também têm programas aplicados com sucesso.
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