O parque Barão de Nova Sintra é um tesouro ainda escondido do Porto e dos Portuenses.
Na zona do Heroísmo, no final da Rua Barão de Nova Sintra, tem vistas privilegiadas para o Douro, Freixo e para a praia do Areinho. De momento é parte integrante do complexo de escritórios e oficinas das Águas do Porto.

É um espaço que pode e deve ser reabilitado, dada a riqueza cultural e turística que encerra em si.

Com cerca de 22.000 metros quadrados (cerca de 3 campos de futebol), a riqueza de flora no terreno é de louvar, tem 40 espécies de árvores, algumas das quais raras, como uma criptoméria do Japão e uma acácia da Austrália.

Mesa de Betão Destruída

Mas tem também uma riqueza patrimonial incrível. Alberga 19 fontes e chafarizes que estavam instalados em tempos passados em várias zonas do Porto, e que são agora marcos da história do abastecimento de água à cidade. À medida que o Porto foi crescendo e o abastecimento de água conectado a todas as casas, foram retirados estes pontos de água, e guardados no parque.

Tornou-se assim um repositório que apresenta de uma perspectiva diferente o crescimento e desenvolvimento da cidade e região do Porto e a sua relação com a água e o saneamento público.

Fonte da Rua Garrett

Acreditamos que o Parque tem potencial para ser um destino de lazer e turismo do Porto. A zona em questão da cidade, não tem sido alvo de acção pública no sentido de criar valências que lhe permitam também ser um destino de quem procura lazer.

Ao mesmo tempo é adequado pensar que através de uma pequena renovação do Parque é possível criar um museu a céu aberto que explique o crescimento e desenvolvimento da cidade ao longo do tempo, e especialmente a sua relação com a água e o saneamento público.

Sociedade Protectora dos Animais

A situação actual, de estruturas espalhadas pelos campos, sem grande informação acerca da sua história específica e razões para a sua remoção deixa muito a desejar a um visitante ávido de novo conhecimento.

Para que isto seja uma realidade são necessárias várias pequenas intervenções, estas são algumas de que tomámos nota:

  • Uma restruturação da entrada do parque. De momento o acesso é feito pela entrada ao complexo das Águas do Porto, e o visitante necessita de deixar o seu documento de Identificação (que por vezes é pedido outras vezes não) e aceder ao jardim com um crachá de visitante. Não é deveras a solução mais acolhedora e que providencie a melhor experiência.
  • A recuperação dos pavimentos. São em terra batida, e com a chuva e tempestades ao longo dos meses são criadas sulcos e percursos no pavimento que impedem a fácil utilização por indivíduos com menor mobilidade.
  • Assumir um ar mais romântico. O jardim tem um grande potencial, mas só tinha a ganhar com a introdução de mais tipos de flora, especialmente flores que providenciem outro tipo de tonalidades/ambiente.
  • Maior informação. As fontes têm na sua maioria placas com o nome e localização original. Mas falta todo o contexto histórico do porque da sua remoção, e que transformações é que a cidade estava a sofrer na altura. Isto pode ser feito através da colocação de estruturas minimalistas (que não perturbem a continuidade do jardim) com informação específica, resistentes aos elementos. Ou também através da disponibilização a todos os visitantes de um guia em papel que orientasse o percurso.
  • A activação das fontes. Esta é o item que provavelmente necessita de maior investimento, para a colocação da canalização necessária, mas seria bastante interessante se as estruturas lá colocadas conseguissem realmente cumprir a sua função original, para serem expostas na sua plenitude de função. No entanto não é essencial, já ficávamos bastante satisfeitos com a execução dos itens anteriores.

 

Parece-nos que esta ideia é perfeitamente viável de concretizar. É necessário fazer um levantamento dos objectivos que se querem para o local, principalmente em termos de visitas/ano; compreender todas as estórias/lendas que estão associadas aos pontos de água, ao terreno e ao palacete e com isso criar uma estratégia de comunicação para atrair visitantes.

Em termos financeiros consegue-se fazer estas iniciativas com meios já disponíveis dentro da Câmara do Porto e da Águas do Porto.

Para aceder ao Parque é preciso entregar um documento de identificação e andar de crachá pelos jardins. Uma particularidade que não ajuda à experiência.

Para aceder ao Parque é preciso entregar um documento de identificação e andar de crachá pelos jardins.
Uma particularidade que não ajuda à experiência.

 

Descobrir Mais

Vídeo do Projecto Pandora Complexa no Parque de Nova Sintra, com excelentes imagens do local.

Pandora Complexa at Nova Sintra Gardens from Drawn to Places on Vimeo