É importante reduzir o número de utilizações não pagas dos serviços de transporte público, por forma a torná-los mais eficientes e justos para todos os utilizadores. No que concerne ao Metro do Porto devemos colocar sistemas com barreiras físicas nas estações de metro debaixo da superfície, combatendo assim uma prática que já terá custado à Metro do Porto mais de 30 milhões de Euros.
Segundo os mais recentes dados elaborados pela Autoridade Metropolitana de Transportes do Porto, o nível de fraude nos transportes públicos é alarmante, sendo um importante entrave à sustentabilidade dos mesmos.
No caso da grande área metropolitana do Porto, a situação mais preocupante é a que concerne o Metro do Porto. Cerca de 10% dos viajantes utiliza o serviço sem validar qualquer título, ou seja, não pagando.
Este nível traduz-se numa perda de receita na ordem dos 4 milhões de Euros no ano de 2013, e estima a Plataforma de Pensamento, desde que o Metro do Porto foi inaugurado, em mais de 30 milhões de Euros não cobrados. Numa organização que tem apresentado sucessivos resultados negativos (em 2012 foram 78,480 milhões de Euros de resultado operacional negativo), tal nível de fraude tem de ser combatido ao máximo.
O metro (ligeiro) do Porto tem no seu desenho, galardoado internacionalmente, a sua maior arma, mas também a sua maior fraqueza. O sistema de validação de entradas, assenta na confiança que todos os passageiros utilizarão o sistema de forma honesta.
Mas como poderemos associar os bons atributos do sistema de validação actual com o combate à fraude?
Nas estações à superfície continuar-se-ia a utilizar o sistema actual, no entanto, dada o grande número de viagens que começam ou terminam numa estação subterrânea, poderíamos apenas colocar nas estações subterrâneas barreiras físicas como no metro de Lisboa, que apenas permitissem a entrada ou saída do metro com título válido.
Assim, quem quisesse utilizar o sistema não pagando apenas o poderia fazer através das estações à superfície, mas não conseguiria entrar nem sair nas estações subterrâneas. De referir que no centro da cidade do Porto, mesmo nas estações à superfície Lapa e Carolina Michaelis, dado o seu desenho, e não estarem presentes numa via urbana, é possível inserir esta solução.
Ficando nas estações subterrâneas o controlo a cargo das barreiras automáticas, libertamos também recursos humanos para o controlo bilhético nos restantes pontos menos protegidos da rede. Assim, com os mesmos fiscais da Metro do Porto poderíamos cobrir uma maior área da rede de forma mais eficaz, e combater ainda mais a fraude no sistema.
É importante referir que esta Plataforma apoia e compreende, a necessidade de termos estações de metro à superfície, minimalistas e que perturbem o menos possível os centros urbanos. Não apoiamos uma solução que coloque barreiras de bilhética física em todas as estações, porque a reformulação necessária requereria estações que ocupassem mais espaço e que fossem um maior entrave visual.
Esta ideia é concretizável no médio prazo. O desafio tecnológico de aliar as actuais maquinas de validação, com outras que para além de validarem o bilhete executem uma acção de abertura de cancelas (ou permitir que o torniquete seja rodado) é ultrapassável.
Tentámos obter junto da Metro do Porto estatísticas referentes às viagens na rede, especialmente o número de acessos de cada estação, para podermos calcular que impacto em termos de receita esta solução teria, mas até à data da publicação desta ideia não obtivemos resposta. Será actualizada caso a informação chegue à nossa esfera.
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