São já muitas as centenas de cidadãos portuenses que aderiram à prática de skateboarding. Espalhados pelas mais diversas ruas e praças da cidade, estes verdadeiros aventureiros procuram emoções fortes em locais propícios à prática desta modalidade. No entanto, e dada a ausência de lugares próprios que reúnam as condições mínimas de acessibilidade e segurança, os praticantes acabam por aproveitar infraestruturas previamente pensadas com outras finalidades, sendo muitas vezes mal vistos pelos restantes cidadãos. Assim, a nossa ideia passa pela criação de locais apropriados à prática de skateboarding, com as infraestruturas adequadas e onde sejam respeitadas as condições de segurança para a prática da modalidade.
A sociedade moderna caracteriza-se pela procura incessante de adrenalina, de aventura. O mais pequeno pormenor, se bem explorado, pode dar azo a toda uma nova atividade, uma forma de ser, uma cultura; foi assim que nasceu o Skateboarding. Oriundo da Califórnia, na remota década de 60, o Skateboarding (inicialmente designado sidewalk surf) brotou da necessidade de reproduzir em terra aquilo que os surfistas faziam no mar. No entanto, só na década de 70 é que o skate foi reconhecido como modalidade, tendo sofrido uma adesão exponencial do público. Ainda, os louros devem ser prestados a quem de direito e é importante salientar o importante contributo de Wally Inouye, cuja atividade se focava na manutenção de piscinas e foi o pioneiro na prática desta modalidade em piscinas vazias, tendo desenvolvido um conjunto de manobras ainda hoje conceituadas entre os praticantes.
Rapidamente a modalidade virou moda e o número de praticantes disparou. Em Portugal, o período de grande crescimento do Skateboarding foi nos anos 90, coincidente com o aparecimento da modalidade de rua (Street skateboarding). Infelizmente, nunca em Portugal os praticantes puderam usufruir das infraestruturas adequadas à prática da modalidade. Assim, foi sendo difundida a prática em ruas e praças públicas o que conduziu os skaters a um risco aumentado de acidentes por falta das condições mínimas de segurança, com a agravante de serem mal vistos pela sociedade por ocuparem locais públicos com atividades nem sempre apreciadas pelos demais.
Na cidade Invicta foi já criado um pequeno parque de estímulo à prática de Skateboarding. Localizado perto de Ramalde, este mesmo parque prima pelas excelentes condições de acessibilidade, privilegiando a proximidade com o Metro do Porto. Contudo, é nitidamente insuficiente, quer pelas parcas condições que apresenta, quer pela escassez de infraestruturas.
Assim, a nossa ideia é então dividida em duas: a reabilitação e expansão do parque de Ramalde e a criação de infraestruturas semelhantes em outras zonas da cidade. Conforme apresentado nas imagens abaixo, podemos ver que o parque atualmente existente em Ramalde tem uma enorme potencialidade para se tornar um centro de acesso livre para os praticantes de Skateboarding da região do Porto, um ponto de encontro para os praticantes desta modalidade que estejam de passagem pela cidade Invicta e até, quem sabe, sede de algumas competições nacionais ou mesmo internacionais de Skateboarding que possam ser organizadas no Porto. De igual forma, a preservação das estruturas poderia ficar a cargo de uma cafetaria, a ser criada na eventualidade de uma melhor divulgação do espaço e com o objetivo último de chamar pessoas para o local.
Numa segunda fase, esta ideia poderia ser reproduzida em outros locais estratégicos da cidade com o objetivo de disseminar a prática da modalidade e permitir aos habitantes das diferentes zonas igualdade nos acessos às infraestruturas de cariz público.
De uma forma clara e direta facilmente percebemos algumas das vantagens da reabilitação/ criação de novos espaços destinados à prática de Skateboarding. De salientar uma melhoria notória das condições de segurança. Ainda, o deslocamento dos skaters dos locais atuais onde estes se encontram para os parques, permitiria um novo aproveitamento dos diferentes espaços públicos. Por último, a existência de locais específicos, devidamente creditados para a prática da modalidade, permitiria a organização de eventos, de cariz amador ou mesmo profissional, com a criação de competições de acesso livre para os praticantes locais.
Certo é que a reabilitação do parque de Skate de Ramalde tem custos associados, com a colocação de outras complementares às existentes. Ainda assim, estes custos poderiam ser diluídos mediante a procura de alguns patrocinadores que, em troca, poderiam usufruir de publicidade no local e mediante o pagamento de uma renda mensal fixa por parte de um eventual serviço de restauração responsável pela exploração. No que respeita à criação de outros parques semelhantes, tal pode ser economicamente mais difícil dadas as atuais circunstâncias do país.
Em suma, acreditamos que a cidade do Porto é feita pelos cidadãos e para os cidadãos. Desta forma, devemos tentar implementar medidas que agradem a todos os setores da nossa população. Ainda, o investimento necessário à reabilitação do parque de Ramalde é relativamente baixo e capaz de ser diluído conforme previamente referido. A criação de novos espaços é economicamente mais complexa pelo que acreditamos ser melhor deixar para uma segunda fase de implementação.
Este artigo não ter ainda comentários revela o pouco interesse que penso existir na cidade sobre skates. Eu como pai de um jovem de 10 anos que procura sempre locais para andar de skate (em segurança) tenho interesse. O parque referido está para mim numa má localização. Cidades como Maia, Felgueiras, SJ Madeira, Vale de Cambra, têm os seus skateparks em zonas nobres da cidade. Eu penso que pelo menos mais um poderia ser edificado, em outra zona do Porto.