Temos de aproveitar os espaços, muitas vezes desocupados e degradados, nos bairros sociais, para a colocação de hortas urbanas. Pontos de agricultura em que as populações possam produzir frutos e vegetais, por forma a complementarem a sua alimentação com produtos mais saudáveis e frescos, e quiçá mais importante reduzirem as suas despesas alimentares, mas também serem uma actividade de ocupação de tempos livres para os nossos reformados e um ponto de contacto dos mais jovens com a génese da alimentação.
A foto que exemplifica esta ideia é do Empreendimento Social D. Manuel Martins, no Município de Vila Nova de Gaia.
Por vezes é necessário pensar o porquê de utilizarmos os espaços da forma como os utilizamos, de reflectir se as funções dos terrenos públicos estão a ser aproveitadas da melhor forma para o bem estar de toda a população.
A cidade do Porto tem como característica o grande número de bairros de habitação social que tem espalhados pela sua área. De facto, cerca de 50 mil pessoas vivem em habitação social, mais de 20% da população residente no município, o valor mais elevado do país.
Os bairros da cidade têm sido fruto, nos últimos anos, de obras de remodelação e melhoramento que trouxeram uma nova dignidade aos bairros já intervencionados, no entanto foi comum a falta de intervenção ou pensamento sobre o que poderiam ser os espaços comunitários dos bairros.
Espaço verde no Bairro Fernão Magalhães (Bonfim) que poderia ser aproveitado para Agricultura Urbana
Espaço verde no Bairro Fernão Magalhães (Bonfim) que poderia ser aproveitado para Agricultura Urbana
Neste sentido, propomos que nos bairros que tenham espaço suficiente nas imediações dos blocos sejam instaladas hortas comunitárias para usufruto dos moradores e população envolvente.
A iniciativa de criação de uma horta ou jardim biológico nas imediações dos bairros sociais do Porto seria deveras benéfico para uma educação ecológica e pedagógica das comunidades presentes nessas áreas.
Bairro do Outeiro (Paranhos).
Zona comum que poderia receber pequenas Hortas Urbanas.
Pontos Fortes
- Vantagens de alimentação a nível da saúde.
- Vantagens financeiras com a diminuição de custos a possibilidade de fazer pequenas receitas.
- Criação de interesse pedagógico e ecológico nos bairros do Porto.
Oportunidades
- Desenvolvimento patrimonial da Freguesia e do Concelho.
- Desenvolvimento económico e social do bairro.
- Criação de outros equipamentos no mesmo bairro e na envolvente à horta.
- Reabilitação das áreas mais degradadas dos bairros.
Desafios
- Organizar o bairro e os moradores em situações em que nem todos possam usufruir de espaço.
- Fiscalizar a posse sem uso continuado, dos pequenos terrenos, removendo-os da esfera de quem não os cultiva.
- Problemas de ordem geomorfológica e do relevo do local que dificultem a implantação.
Espaço verde e inutilizado do Bairro das Campinas (Ramalde)
O que já existe?
Projecto Horta a Porta da LIPOR
No âmbito dos Bairros Sociais na cidade do Porto não existem intervenções como as que sugerimos.
No entanto começam a surgir algumas iniciativas mais pequenas, apoiadas entre outras entidades, pela Lipor.
A LIPOR (Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto) tem um projecto de implantação de hortas urbanas na região (Horta à Porta), que conta já com 37 pontos em 8 concelhos.
Exemplos Nacionais
Através do Mapa da Agricultura Urbana em Portugal podemos conhecer muitos projectos
Ver Mapa da Agricultura Urbana em Portugal num mapa maior
No Município do Funchal (Madeira) onde já existem 59 mil m², usufruídos por 911 pessoas.
Observando a praticabilidade desta ideia no exemplo de Braga onde já se pôs em marcha um plano que se destina a criação da mesma nas imediações de bairros, valorizando neste projecto a grande necessidade da sensibilização e re-aproximação das populações dos bairros a uma dinamização ecológica.
Em Faro onde se observa a reabilitação de edifícios destruídos nas áreas intra-bairros.
No Comment