A cidade do Porto tem uma das maiores populações de estudantes da Europa. Aos 24.140 (PORDATA, Dados 2011) estudantes do Ensino Secundário Público da Cidade, acrescentam os 59.643 do Ensino Superior Público e Privado (PORDATA, Dados 2012). O que perfaz um total de sensivelmente 84.000 indivíduos que são potenciais utilizadores de espaços de estudo no Porto.
Como é óbvio, muitos poderão optar por estudar em casa, nas bibliotecas públicas com espaço para tal, nas valências que as diversas Faculdades já disponibilizam, e nos cafés da cidade.
No entanto não consideramos suficiente o espaço público actualmente instalado para o efeito.
Os centros de estudo são uma mais valia para os centros de ensino da cidade. As vantagens traduzem-se numa maior disponibilidade de espaço nas Universidades, proporcionando locais com acesso fácil à internet e estudo em grupo, nos quais se pode facultar a outros colegas apoio nas matérias. A isto podem ser introduzidos técnicos que providenciem apoio estudantil quer a estudantes universitários, ou a estudantes do ensino secundário diminuindo as dificuldades iniciais que existem nessa transição.
A Universidade do Porto tem de momento uma estrutura aberta a todos os utilizadores, convidativa ao estudo individual e em grupo, para a utilização das TIC e para a concretização de trabalhos de grupo: o edifício E-Learning no Pólo da Asprela.
Estes espaços, convém não esquecer, são uma importante medida social, pois ajudam principalmente os estudantes mais carenciados, que podem não ter um ambiente em casa propício ao estudo, nem disponibilidade económica para frequentar cafés.
Ao mesmo tempo, a política mais recente da Universidade do Porto tem sido vedar o acesso às suas Faculdades, no período nocturno e fins-de-semana e feriados, a estudantes externos à própria Faculdade, ou seja, um estudante da Faculdade de Medicina não pode visitar a Faculdade de Ciências ao Sábado, embora possa usar a sua própria Faculdade.
No Ideias À Moda do Porto criticamos construtivamente esta opção, porque diminui a variedade de locais de estudo à disposição dos matriculados, e coloca num segundo plano a riqueza e variedade de relações dos estudantes. Se pensarmos num grupo de jovens que se quer candidatar a um concurso de empreendedorismo para novos equipamentos de saúde (ex. para o bem da discussão), faria sentido constituírem uma equipa multidisciplinar: um estudante de Medicina (FMUP/ICBAS), um estudante de Engenharia Electrotécnica (FEUP) e um estudante de Biotecnologia (Católica Porto). Uma equipa com certeza brilhante para o efeito. Como são estudantes empenhados vão às aulas pela manhã e estudam durante a tarde, reservaram os fins-de-semana e noites para trabalharem no seu projecto. E aqui nasce o problema, não podem usar as Faculdades uns dos outros para trabalhar, já que seriam barrados à entrada.
Não compreendemos esta medida, já que com os novos números de aluno para toda a U.P. a fiscalização de acesso pode continuar a ser realizada.
A U.P., acreditamos nós, já reconheceu o problema e a oportunidade, e começou a pensar na concretização de um novo E-Learning na zona do Campo Alegre, um segundo pólo mais amplo no jardim botânico. No entanto o projecto depois de idealizado ficou parado, não se conhecendo em que estado de projecção agora se encontra.
Estes espaços são ainda importantes pela capacidade de muti-utilização. Podem ser usados para conferências académicas, pequenos concertos, exposições, etc. E assim serem um local de encontro de toda a comunidade.
Desta forma justificava-se não só a utilização de edifícios que de momento se encontram ao abandono ou devolutos, destinando-os a uma maior motivação na criação de projectos. Como sugestão, consideramos necessária a implantação de 2 espaços deste género, na zona oriental e ocidental da cidade.
A longo prazo a dimensão do projecto podia justificar o desenvolvimento privado de um “ninho” de empresas especialistas em centros de estudos, com uma rede mais ampla e mais dedicada ao desenvolvimento de cada um. Podendo inclusive destinar a cada area, cada loja, cada centro uma função específica e determinada, sendo frequentado mediante as necessidades de cada um.
Expandindo esta rede pelo centro histórico do Porto, Marquês e outras áreas onde o movimento estudantil é maior. Projectando o Porto enquanto cidade universitária do Norte e uma referência na investigação.
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