A recuperação dos edifícios tanto como das suas salas poderá ter um papel fulcral para a reaproximação da população, tanto do centro da cidade como a outros sítios mais recônditos. Poder-se-á criar por exemplo, como nos shoppings, preços mais baratos para bilhete cinema e refeição num restaurante aderente ao programa.

O Porto, assim como a maioria das cidades Europeias, começou desde o inicio do sec XX a construir cinemas no seu seio. Na altura, o cinema era ainda considerado uma novidade, e rapidamente houve a necessidade de construir mais cinemas. (considerar a distinção entre cinema espaço físico e cinema o acto de fazer filmes)

Ao contrário de hoje, os cinemas eram constituídos por apenas 1 ou 2 salas na sua maioria – a necessidade de haver menos salas prendia-se com o facto de haver menos filmes ou, numa leitura diferente, menos filmes disponíveis.

Mas apesar destas diferenças físicas, aquilo que realmente mudou foi o espirito. Para além de novidade (que ao longo dos anos se foi dissipando) ir ao cinema era um evento, uma alegria. O acto de sair de casa e dirigir-se a estes edifícios onde se projectavam filmes era um acto social com importância cultural. Temos então que perceber que para tal evento eram necessários sitios que condissessem. Construiram-se edifícios de grandes dimensões e de grande valor artístico – eram sítios com uma arquitectura de topo na época.

Sendo um evento desta importância, que movimenta as pessoas para a rua, o comercio adjacente cresceu. Acabada a sessão, as pessoas iam comer algo a uma casa tradicional. Havia uma simbiose natural entre o cinema e o comercio local.

À medida que os hábitos das pessoas foram mudando, principalmente através da construção de shoppings, estes cinemas clássicos perderam clientes. Ao longo dos anos as estruturas foram-se degradando e finalmente fecharam ou foram vendidos para outros negócios.

Paralelamente, e para além da abertura como cinema, estes espaços poderão também facilitar a realização de festivais de cinema ou de música, com vista à incrementação de espectadores. O objectivo em termos de programação, será tornar os espaços multidisciplinares.

Outra solução será o uso de alguns dos espaços não utilizados, a preço low cost, para empresas ou associações culturais, assim como grupos de jovens recém licenciados na área. Existiria uma sinergia de espaços com pessoas com interesses comuns, a trabalhar em prol da sustentabilidade dos cinemas

 

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Exemplos fora

http://www.brownstoner.com/blog/2013/10/strand-theater-gets-new-life-as-bric-house/

http://www.aia.org/practicing/groups/kc/AIAB080173

http://untappedcities.com/2013/08/21/new-photos-renovations-abandoned-loews-kings-theater-brooklyn/